Mundial e palpites

Chegamos novamente àquela época do ano em que um ciclo se fecha e outro é aberto, fim de uma longa temporada competitiva e início de uma mais ainda mais competitiva, no entanto equilibrada, está chegando a Lista de Banidas e Restritas de Setembro de 2013!

O Blo-Gi-Oh! está parado sim, por motivos pessoais e também porque não há muito o que falar nesta ressaca pré-lista, o jogo criou dois titãs quase imbatíveis que se enfrentaram em quase todas, se não todas, as finais de nacionais e não seria diferente do mundial. Desde o Nacional Spellbooks ganharam a carta que os fez ser um deck Tier 1, junto com o lançamento do archetype Dragon Ruler que, somado a uma carta antiga chamada Super Rejuvenation e um amplo suporte que acompanha os dragões na Lord of the Tachyon Galaxy formou o melhor deck do formato, ou mais ou menos isso, eu acho Spellbooks um deck muito mais completo e versátil, no entanto decks com forças descomunais sempre têm fraquezas exorbitantes e por isso Dragon Rulers é o mais consistente e difícil de ser parado, o que foi comprovado ao longo dos resultados que todos pudemos observar.

Falando em resultados, parabéns a Shin En Huang pelo campeonato mundial (torci para ele por ser filho de taiwanês) e a David J. Keener III pelo segundo lugar! Huang mostrou que simplicidade nas escolhas durante a construção de uma build também surpreendem. A final deste mundial foi entre Dragon Rulers e Spellbooks, não entrarei em detalhes porque nenhum deles alteraria o resultado final, foi merecido e o melhor deck venceu.

Se você não assistiu à finais ao vivo, assista a gravação do stream aqui:

Abaixo a decklist de Huang feita pelo Deck Express:

Aos vencedores, as batatas

Legal, temos um novo campeão mundial de Yu-Gi-Oh!, mas, e o que será de nós, meros mortais? Bom, só nos resta esperar a lista de setembro para tentarmos nos tornar lendas no jogo em 2014 e é justamente sobre meus palpites que falarei agora.

Jogabilidade

Antes de mais nada vale lembrar que a Konami anunciou na semana passada que junto com a lista de banidas e restritas de setembro, haverá mudanças que prometem transformar nossos duelos em uma experiência mais prazerosa, posso listar por alto umas 10 teorias sobre o que poderia mudar para o jogo ficar mais dinâmico e prazeroso do que já é, mas meu palpite se limitará a um: Re-Draw. A regra adotada nos torneios selados do Battle Pack 2 consiste em que, em uma partida cada jogador tem o direito de, uma vez apenas, embaralhar a mão de volta no deck e sacar uma nova mão antes do começo de uma partida, caso tenha realizado o Re-Draw o jogador deverá fazer marcação na mesma ficha de resultados para que não haja um abuso do recurso. Vale lembrar que isto só pode ocorrer em 1 das 3 partidas possíveis por rodada, o que evita exageros e não altera em nada o jogo, apenas dá o direito de se livrar daquelas mãos horríveis que as vezes nos perseguem.

~la lista

Quando se fala em Lista de Banidas e Restritas começa aquela gigante discussão acerca do que deve ou não mexer. Aos ingênuos que acham que a lista é feita há um mês de ser divulgada, sinto desapontá-los, mas acredito que já planejaram até a lista de setembro de 2014, então não adianta ficar chorando e achando injusto, a Konami sabe o que faz, gostem ou não, e o que pode parecer estranho ou desnecessário é ou será justificável em um futuro próximo. Eu separo as cartas das listas em 3 categorias:
1- Necessárias: são aquelas que faziam o jogo ficar nas mãos de apenas 2 ou 3 decks, geravam vantagens absurdas e tornam o jogo em uma decisão de par ou ímpar, quem começa com essas cartas quase sempre ganha;
2- Nada pessoal, só negócios: são cartas fortes de archetypes antigos e que, pela Konami não fornecer mais suporte imediato ou em um futuro próximo, cortarão justamente para impulsionar vendas de novos produtos e fazer com que adotemos novos archetypes como nossos favoritos;
3- Correções: o jogo muda, e as vezes as cartas do ‘Nada pessoal, só negócios’, ou mesmo as ‘Necessárias’ acabam perdendo sua força com o tempo e voltam para fazer a alegria daqueles colecionadores de banidas e te dar a falsa impressão de que você é especial e por isso voltaram sua carta favorita.

Vamos falar de coisa boa, vamos falar de palpites?

Banidas
Em minha humilde opinião, apenas Card Destruction deve ser banida, a carta tinha potencial para deixar decks aleatórios, trolls e antidesportivos jogarem como variantes de Norleras, Empty Jar, Gishki FTK e Dark World, mas a partir do momento em que ela se vê quase que uma staple em um deck meta a coisa ficou muito mais séria. Não bastasse encher os Cemitérios com alimento para a Invocação dos Dragon Rulers, acabar com as cartas que o adversário segurava na mão para contra-atacar e ainda poder comprar exatamente o mesmo número de dragões descartados com a Super Rejuvenation é simplesmente lamentável. Sozinha não é uma carta que demonstra muito perigo no late game, mas a facilidade de comprá-la em uma jogada padrão dos Dragon Rulers pode torná-la em uma potencial condição de vitória no segundo turno, por essas e outras esta carta deve ser a única a ser excluída do circuito.

Restritas
Confesso que considerei diversas cartas como potencialmente ‘baníveis’, mas depois de parar para pensar vi que era apenas butthurt (dor de cotovelo para não traduzir ao pé da letra), nesta lista estavam: Number 11: Big Eye, Spellbook of Judgment e Super Rejuvenation. Para a alegria de alguns e tristeza de muitos não vão matar Dragon Rulers e/ou Spellbooks, ao menos não nesta lista, vão apenas ajustar para que não sejam decks autowin contra a maioria dos outros decks. Eu sempre falo que Brain Control foi banido por muito menos do que um Big Eye faz (considero Big Eye um Change of Heart buscável em certos decks), mas como ele ganhou um inimigo a altura chamado Master of Blades, provavelmente ficará a 1 para gerar aquele desconforto de ter que ser o primeiro a baixar o Big Eye e tê-lo roubado no próximo turno por um Big Eye do adversário.

Super Rejuvenation e Spellbook of Judgment são cartas que fazem os decks Dragon Ruler e Prophecy serem, respectivamente, decks muito fortes e sustentáveis, ou seja, mesmo gastando seus recursos você terá novos de volta no fim de cada turno, coisa que só eles dois são capazes de fazer a esta altura do campeonato. Ambas tem muito em comum, como por exemplo serem uma dead draw quando sozinhas e suas diferenças são justamente baseadas neste ‘contra’ das cartas, Super Rejuvenation precisa de um efeito dos Dragon Rulers para funcionar, já Spellbook of Judgment funciona com qualquer magia que seu oponente ou você ative. Por um lado Spellbook of Judgment parece ser a mais nociva, não? Discordo, a mecânica do deck Prophecy é que faz o potencial da Judgment atingir o seu máximo, então entendo que limitar o acesso à Judgment seja o melhor caminho, uma vez que a mesma carta que busca a Judgment é adicionada pela mesma para continuar gerando vantagens no próximo turno, acredito que Spellbook of Secrets e Spellbook of Fate é que pagarão pela força do deck, assim o jogador custará mais a ativar 3+ cartas de Magia em um turno sob o efeito da Judgment e no próximo turno terá que fazer um combo para extrair a Secrets novamente, e pensar numa forma de combar outra vez para extrair a Fate, que é a maior proteção do Prophecy. Isto mantém a qualidade do archetype, mas faz com que ele tenha que ser melhor gerenciado.

A Super Rejuvenation parece ser muito mais fácil de travar, no entanto o deck Dragon Ruler tem em média 23 dragões buscáveis dos quais muitos deles ativam efeitos de buscar outros ao se utilizar uma das cartas de aceleração do baralho, logo, é fácil buscar uma alternativa para usufruir de sua Super Rejuvenation que mesmo sendo uma dead draw, não significa que você estará numa situação ruim, ter a opção de Invocar um Monstro com 2800 de ATK em campo com um blefe atrás pode ser a melhor situação. No mais esta carta deve ir a 1 por sua força, 1 única cópia dela pode valer um jogo, no entanto dificultar a compra desta condição de vitória faz com que as coisas fiquem mais fáceis aceitáveis para os adversários.

Falei acima de cartas que considero ‘Necessárias’ para a saúde do jogo, agora falarei das ‘Nada pessoal, só negócios’, antes da Lord of the Tachyon Galaxy ser lançada Mermails e Fire Fists representavam o tier 1, com a perda de força dos atuais tier 1 eles ficariam em grande vantagem se continuassem do jeito que estão, por isso acredito que ceifarão os motores de ambos os decks: Atlantean Dragoons e Fire Formation – Tenki. Dragoons chega a ser absurdo e mesmo a 1 seu efeito é facilmente ativado do deck pela Undine, talvez além de deixar o Mermail mais lento a medida faça com que voltem a usar a carta que diga-se de passagem ainda é muito boa, já a Tenki é muito forte, a chegada do Brotherhood of the Fire Fist – Rooster pode e fará com que o deck seja muito jogado daqui pra frente no ocidente também e os novos Bujingi podem gerar um impacto no meta também, talvez mexer na Tenki seja uma alternativa mais para o futuro do que imediatamente depois da lista.

Semi-restritas
Quase sempre as semi-restritas hospedam as cartas ‘Nada pessoal, só negócios’ ou cartas que a 3 fazem combos antidesportivos e como não há nenhuma assim no momento não adianta muito discutir o que vai ou não parar por aqui, a melhor situação seria alguma das listadas acima vir parar aqui, o que pode significar que na próxima lista rodarão de vez e seus respectivos decks serão extintos ou congelados no meta por um bom tempo.

Ninguém é de ninguém
As cartas não mais limitadas são sempre correções, não me arrisco a chutar nesta categoria pelo simples fato de que são cartas inexpressivas para o meta.

Bom galera, é isso! O post ficou grandinho, mas acho que consegui soltar tudo que estava segurando neste tempo de ausência, espero que tenham gostado, sintam-se a vontade de deixar nos comentários o que acham que a lista deve mexer. Obrigado e até a próxima!